Memória
Pixinguinha, pioneiro e agregador.
Por Luís Pimentel - 14/03/2012
Um dia, para traduzir
uma emoção, uma situação ou um alumbramento, Gilberto Gil cantou assim:
“Parecia um prelúdio bachiano, um frevo pernambucano, um choro de
Pixinguinha...”.
Alfredo da Rocha
Vianna Jr. (1897–1973), o Pixinguinha, é em tudo e por tudo um pioneiro. Por
isso que o dia do seu nascimento, 23 de abril, foi transformado em Dia Nacional
do Choro. Morreu dentro de uma igreja (após participar de um batizado), num dia
17 de fevereiro (será que foi durante o carnaval?) no que pode ser considerado
também um desencarne verdadeiramente original e pioneiro.
Um dos pioneiros da
música brasileira, entre os primeiros a popularizar o sopro e o choro, é
chamado por alguns de “pai da música brasileira”. Flautista virtuoso, agregador
de talentos, maestro soberano antes de Tom ganhar o título, arranjador que já
era moderno no início do século passado e compositor genial, Pixinguinha é o
nome por trás e à frente de nossas emoções mais genuínas, mais brejeiras, mais
carinhosas. Soube misturar, com humildade e elegância, a modernidade de Ernesto
Nazareth, Chiquinha Gonzaga e Antônio Callado com os ritmos africanos, estilos
europeus e a música negra americana – num lamento batuta, que atravessa
gerações. Os maiores sucessos da chamada época de ouro da música popular
brasileira tem arranjos, ou acompanhamentos, ou até mesmo inspiração de
Pixinguinha.
Pioneiro em tudo, foi o primeiro maestro-arranjador contratado por uma gravadora no Brasil. Puxou o cordão da profissionalização do músico brasileiro, reuniu o que havia de melhor no regional Oito Batutas e foi pioneiro em sair pelo mundo, mostrando o que a Praça Onze, o Catumbi e a Rádio Nacional tinham.
Todo músico brasileiro sabe.
Todo amante da música sabe. Pixinguinha – antes de Noel, de Cartola, de Tom e
de Chico – mostrou ao mundo que no samba, no maxixe, no lundu, no jongo ou no
choro também somos muito bons de bola.Pioneiro em tudo, foi o primeiro maestro-arranjador contratado por uma gravadora no Brasil. Puxou o cordão da profissionalização do músico brasileiro, reuniu o que havia de melhor no regional Oito Batutas e foi pioneiro em sair pelo mundo, mostrando o que a Praça Onze, o Catumbi e a Rádio Nacional tinham.
Fonte: Revista da Música Brasileira