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3 de agosto de 2011

REFLEXÕES SOBRE A ESCOLA DE ARTES DANIEL NÉRI - PARTE I

Estão faltando apenas noventa dias para completarmos um ano de existência da Escola de Artes Daniel Néri. É interessante que neste momento façamos algumas reflexões sobre este projeto que está ajudando a transformar a vida de muitos jovens e adolescentes de nossa escola, e de nossa comunidade aqui da zona leste de nossa capital. Quando pensamos em fazer este projeto a primeira coisa que nos veio a mente foi o principio filosófico que iria reger todas as nossas ações, qual principio poderia se encaixar dentro de nossa relidade social e que de fato fosse o elemento que nos desse sustentação para as nossas práticas e ações pedagógicas. Devido a ideologia que seguimos e os prncipios que norteiam a mesma, chegamos a conclusão que as idéias do mestre, poeta e educador Jose Martí responderiam as nossas ansiedades. A pedagogia martiniana baseia-se no estudo e trabalho, não há uma separação entre esses dois eixos. Martí acreditava que somente através do trabalho e do estudo de forma conjugada seria possivel a criação de um homem mais responsável, solidário e comprometido com todas as causas sociais que permeiam a sociedade. No pensamento pedagógico  de Jose Martí trabalho e estudo caminham de mãos dadas na construção de uma sociedade livre e culta, por isso a sua máxima: "Para ser livre é preciso ser culto." De posse desse embasamento filosófico e pedagógico, traçamos as diretrizes básicas do que viria ser o principio que norteria o nosso empreendimento. Começamos o projeto no dia 26 de novembro de 2010 na experimentoteca da escola, eram apenas 05 alunos e praticamente não tinhamos nenhuma certeza de que tudo aquilo que haviamos pensado daria certo, muitas incertezas pairavam sobre a nossa mente. Faltavam instrumentos musicais, faltava espaço fisíco, faltavam alunos que desse credito ao projeto e tudo isso nos fazia altamente resposáveis no sentido de enfrentarmos os desafios e criarmos as condições necessárias para que tudo pudesse acontecer. O tempo passou e chegamos a dezembro/2010 com 15 alunos, 02 violinos, um clarinete e uma flauta transversal, mas também descobrimos que a experimentoteca não era mais o local onde deveriamos continuar devido as limitações fisícas do espaço. Foi nos cedido o espaço do projeto Mais Educação onde estamos até hoje. As salas são muito simples, faltando reboco, pintura e o corredor ainda está no cascalho. Mais isso era o que tinhamos de melhor e temos que agradecer a direção da escola na pessoa do professor Mábio pelo esforço em construir esse espaço com recursos próprios. Colacamos em prática a nossa pedagogia, os alunos fizeram a mudança dos poucos pertences, limpamos e lavamos a sala onde funcionam o escritório e junto com eles fazemos a manutenção e limpeza do predio até hoje nove meses depois. Em Março/2011 fizemos o nosso I Edital com vagas para os mais variados instrumentos e com a adesão dos pais começamos adiquirir mais instrumentos, juntamente com os alunos recuperamos moveis que estavam destinados ao lixo e o embrião da Orqustra da Escola de Artes ficou pronto. Hoje temos 23 violinistas tocando e 10 se preparando par entrar na orquestra, 02 clarinetistas e 04 se preparando para o mesmo fim, temos também dois violoncelista, três trombonistas e quatro flautistas. O dia-a-dia da Escola de Artes Daniel Néri nove meses depois não foge ao principio martiniano do estudo e do trabalho. Varremos, pintamos, limpamos, consertamos e estudamos música para fortalecer o intelecto. A poucos dias retornamos de nosso I Acampamento de ferias, convem dizer que não ocorreu nenhum incidente de indisciplina e todos voltaram como foram. Somos na atualidade 60 alunos e não precisamos em nossa Escola de artes de portas para prender os alunos em sala, ao contrário, eles fazem questão de estar na Escola de Artes todos os dias, aqui não temos desistência e nem abandono de escola, todos nos conhecemos e respeitamos uns aos outros. O principio da disciplina é fundamental. Quebrou, conserta, estragou, paga. Isso porque na Escola de Artes Daniel Néri tudo é coletivo. A administração é feita pelo Coordenador do Projeto e por uma coordenação de alunos que é eleita a cada semestre pela coordenação, nemhuma decisão é tomada isoladamente, tudo é votado e relatado em ata praticando-se o verdadeiro sentido da cidâdania e solidariedade. Olhando para trás não temos que temer o futuro, vamos agora para o nosso II Edital e é nossa pretenção chegarmos a 100 alunos neste ano de 2011. Quero terminar nossa reflexão com algumas indagações: Jose Martí estava errado? A pedagogia empregada em nossas escolas regulares estão no caminho certo? Porque tanta evasão? repetência, violência, desrespeito, depredação, desvalorização dos professores, a quem serve esse tipo de "educação"?


Professor Eliézer G. Moura
Coordenador da Escola de Artes Daniel Néri  

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