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"As Pessoas devem servir. A vida é uma missão, não uma carreira." Stephen R. Covey

9 de outubro de 2012

Juiz federal leva orquestra à Penitenciária Federal de Rondônia

A convite do juiz federal da 3ª vara, Marcelo Meireles Lobão, cerca de 30 músicos integrantes da orquestra sinfônica da Escola de Artes Daniel Neri, localizada na zona leste da capital, fizeram quatro apresentações, hoje pela manhã (01/10), em vários setores de vivência da Penitenciária Federal do Estado de Rondônia. Sob a regência do maestro Eliézer Gomes de Moura, os jovens artistas executaram as composições “Assum Preto”, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, e “Anunciação”, do cantor e compositor popular Alceu Valença.
Para os detentos que vivem submetidos a 22 horas diárias de confinamento foi um presente formidável, que sem dúvida lhes confortou a alma e quebrou a severa rotina diária a que estão sujeitos. Para o sistema penitenciário nacional é uma experiência inédita, que nasce aqui no Estado de Rondônia, na Amazônia Ocidental, por iniciativa e ação conjunta do juiz-corregedor do presídio federal rondoniano, Marcelo Lobão, da Escola Estadual Daniel Neri, dos pastores da igreja adventista, Enoque e Arlindo, do apoio do Consórcio da Usina Santo Antônio, alguns empresário da construção civil, Defensoria Pública, Ministério Público Federal e do diretor geral da Penitenciária Federal, Jones Leite. Há quatro penitenciárias federais no Brasil: além das situadas em Campo Grande (MS) e Mossoró (RN), existem a de Catanduvas (PR), e a de Porto Velho (RO), que está lançando pela primeira vez um projeto de audiência e formação de grupo musical dentro do estabelecimento prisional federal.
Sobre a nascente do projeto declarou o magistrado Marcelo Lobão: “Eu fui juiz auxiliar do Conselho Nacional de Justiça, coordenando mutirões carcerários até o início do ano passado e tive a oportunidade de conhecer projetos de sucesso em todo o Brasil, relacionados à reinserção de presos, e observei que os projetos sociais passam por quatro eixos principais: primeiro é qualificação profissional; segundo: a atividade produtiva, que é uma oportunidade do preso produzir renda dentro da unidade; terceiro, a disciplina; e por fim a humanização do sistema. A idéia é que esse projeto da música faça parte de um programa maior de reinserção, relacionado exatamente à qualificação, ação produtiva do preso e à disciplina, que já existe e é um sistema muito bom na unidade, e é recebido pelos internos sem grandes problemas. Agora é preciso colocar em prática o trabalho de humanização. A Escola de Artes Daniel Neri integra esse projeto maior de reinserção social.”
Avaliando a apresentação musical feita no presídio, disse o magistrado: “Nós percebemos que a recepção foi muito boa por parte dos internos, ficamos entusiasmados, não só nós como os integrantes da escola, o regente da orquestra e os agentes penitenciários; foi uma surpresa muito boa, eu tenho certeza que vai haver uma disputa interna pelas vagas, que são limitadas, infelizmente. Além disso, compreendemos que eles entenderam a importância do projeto, inclusive para a manutenção da ordem interna. Eles aplaudiram o projeto e abraçaram a causa. Então, agora é implantar a idéia e criar um grupo de estudo musical dentro do presídio. A música e a arte, ajudam a devolver ao preso a capacidade de se sensibilizar e de ter afeto pelo outro. Nós precisamos de apoio da comunidade local, da sociedade civil organizada, dos empresários, do poder público; enfim, todos nós precisamos dar as mãos para que possamos implantar esse projeto.” Para o diretor geral do presídio, Jones Leite, o projeto tem grande importância, “graças a iniciativa brilhante do juiz-corregedor, porque o sistema penitenciário é conhecido pelo seu rigorismo e esse projeto vem sensibilizar o detento, ofertando novas possibilidades na vida carcerária diante de tantas coisas que lhes são impostas e que tendem a tornar o ser humano um pouco frio no decorrer do anos”. 
                                                                                             

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